Essa parede eu planejei no carnaval de 2012, sete meses antes de ter o meu cafofo, quando eu nem imaginava que viria morar aqui. Eu já sabia que ia querer uma sala inspirada em Piet Mondrian. Do nada, me veio um estalo, de uma parede com molduras nas cores primárias (as cores utilizadas pelo artista em suas pinturas mais famosas) e fotos em p&b. Peguei um caderninho de desenhos e registrei a ideia. Cheguei a desenhar diversas possibilidades, utilizando até molduras de tamanhos diferentes. Mas quando me mudei e fui fazer a parede, optei por padronizar e fazer tudo linear, achei que ficaria com mais cara de Mondrian assim.
Você está aí se perguntando se eu tive a sorte de achar molduras exatamente nas cores que eu queria? Não, não achei. Comprei essas moldurinhas em madeira crua no Saara e pintei.
As imagens são fotos de família, e por isso representam muito para mim. Minha mãe, meu pai, eu pequena, minha sobrinha, meus irmãos pequenos e eu pequena no colo de meu pai.
Essa parede é o meu xodó!
Essa parede é perpendicular à que estão as moldurinhas coloridas. Como vocês sabem, eu adoro arte, fotografia e museu. Nada como trazer (mais) um pouco dessa área para dentro de casa.
Em 2011, eu estive no Museu Lasar Segall, em São Paulo, na época que estava tendo uma exposição temporária sobre o fotógrafo Andreas Feininger, intitulada "Nova York - anos 40". No museu, peguei o pôster da exposição e o do próprio museu, com uma obra de Lasar Segall estampada. Daí, foi só tirar da pasta e colocar numa moldura baratinha comprada no Saara.
A imagem é menor que a moldura. E agora, como faz? Cole contact preto no eucatex para fazer o fundo. Depois centralize o pôster e cole com dupla face. Problema resolvido! Mole, mole!
Na mesa de jantar tem um caminho de mesa feito pela minha mãe. Ele tem um valor afetivo enorme, porque foi o primeiro que mamy bordou e foi feito especificamente para mim. Tem como não amar?
Esse jarrinho que abriga a hortência desidratada, eu trouxe de Cusco, Peru. Mais uma lembrancinha de uma viagem inesquecível. Eu gosto dele também porque acho que traz um toque étnico que faz um contraponto com a parede de Mondrian ali atrás.
Esse é o pseudo-buffet, que quem me acompanha desde o início conhece bem. Se você é um novo leitor do blog e não sabe do que eu estou falando, clique aqui. Ele também abriga mimos, a começar pelo banco de sapinho ao lado. Eu sei que ele é meio grande para ser chamado de mimo, mas eu não resisto! Acho-o tão fofo e ainda foi uma das primeiras heranças que ganhei da minha tia, tão logo me mudei, junto com a poltrona-cadeira do cantinho de leitura. Titia abriu mão do sapinho para mim, e sem eu pedir! Eu só tive o trabalho de dizer: sim, eu quero!
A máscara do teatro é auto-explicativa, né? Simplesmente demonstra o meu amor pela arte de atuar, a primeira com que tive contato, ainda adolescente. A fotografia e a pintura vieram depois. Os livros são de artes plásticas, usados nas minhas pesquisas, tanto na época da faculdade, como da pós.
Ao fundo, é uma tela de minha autoria, que representa as pedras de Machu Picchu. Fiz o esboço num caderno ainda na viagem (sim, sempre carrego um caderninho comigo), e pintei logo assim que voltei.
Até a Rafaela Oliveira, que escreve o Organize sem Frescuras, postar sobre flores de madeira, eu nunca tinha ouvido falar delas. Na postagem, a Rafa postou um vídeo que mostra como são feitas essas flores. Achei muito interessante! E como o universo resolveu conspirar a meu favor, estava andando pela Feira Hippie de Ipanema uns 2 domingos atrás e vi uma barraca vendendo flores e algo buzinou dentro de mim: aquilo lá são flores de madeira, aquilo lá são flores de madeira. Fui lá ver, e não é que eram mesmo? Não resisti e trouxe uma vermelhinha. Chegando em casa, catei essa garrafinha de suco de uva, que minha tia tinha levado para mim (adoro quando os parentes me dão lixo legal de presente!) e a fiz de vaso solitário. Ficou legal, mas senti que ainda estava faltando algo. Até que nesta semana teve uma postagem sobre botões no blog Inspire e Decore... pronto, botões! Era disso que eu precisava! Daí surgiu esse mimo: garrafa bonita + flor de madeira + botões.
A câmera filmadora que não funciona mais tem um lugar super cativo no meu coração, porque foi ela quem registrou boa parte da minha infância e um pouco do meu processo de oralização na década de 80/ início de 90. Hoje em dia é tão simples, os pais podem filmar os filhos com celular, e pegar qualquer momento inesperado, mas naquela época, não...meus pais tinham que carregar essa câmera dentro de uma mala e filmarem bastante, de forma que não perdessem nenhuma oportunidade. Sem brincadeira, eu devo ter mais de 30 fitas de vídeo. E juro que o VHS cabe aí dentro. Calcule só o peso dessa coisa e o trabalho que meus pais tiveram para que tivéssemos essa memória.
Mondrian não é o único artista que eu gosto. Também tenho uma queda por Franz Weissmann. E quando a artista plástica Elisa de Magalhães e o fotógrafo Wilton Montenegro souberam disso, me deram esse livro aí atrás de presente! Sou grata a eles, não só por esse livro e por tantos outros que já ganhei, mas sobretudo pela força que me deram quando comecei a percorrer o caminho das artes.
E você? Tem mimos queridos na sua sala de jantar? Me mostra?