Tanto quem me conhece, como quem acompanha o blog sabe: não sei viver sem arte. Nunca soube. Daí recentemente, uma leitora me mandou e-mail sugerindo que eu falasse um pouco sobre a arte na minha vida, e se fosse possível, dar umas dicas, já que ela estava começando a pintar. Sim, Thamyrez, esse post é para você! Mas se você não é a Thamyrez, mas é chegadinho num pincel, pode juntar-se a nós e trocar umas figurinhas! rs
A arte não entrou para a minha vida, ela nasceu comigo. Digo isso porque não fui muito incentivada pelos meus pais: não era dessas crianças que viviam em museu, que iam ao teatro, que tinham uma coleção de VHS dentro de casa. Para não dizer que não recebia estímulo artístico algum, eu sempre ganhei muitos livros. Mas eu sou uma Amado, e há muitos artistas nessa família, embora eu não tenha convivido com nenhum deles. Mas está nos meus genes. E manifestei cedo o meu amor pela arte. Comecei interpretando. Tem vídeo meu com 3 anos, com um pano na cabeça (pra fingir que tinha cabelão), interpretando, numa cena com algum personagem invisível. haha. Na adolescência, fui estudar vídeo e teatro.
Aos 11 anos, comecei a escrever. A princípio poemas (todos bem toscos), e depois contos e crônicas. Aos 13, comecei a devorar tudo quanto era livro que via pela frente, hábito que tenho até hoje, embora tenha reduzido um pouco o ritmo, com o trabalho e o blog. Cheguei a ter um blog literário, antes desse, onde vez ou outra publico uns textos meus.
As artes visuais entraram na minha vida na época da faculdade. Sou museóloga e como tal, tive que fazer 8 disciplinas de história da arte. Impossível não me envolver. Depois de tanto tempo envolvida com a teoria, comprando livros, me apaixonando por certos artistas, num certo carnaval, resolvi comprar 2 tubos de tinta para brincar. E gostei da brincadeira. Comprei mais tintas e fui estudar na
EAV (Escola de Artes Visuais do Parque Lage).
Também na faculdade, desenvolvi uma relação de amor com a fotografia, e me pós graduei nisso. Amo, mas não trabalho com isso, porque fotografia para mim é um meio de expressão artística. Não faria um casamento, por exemplo. No máximo participo de exposições (participei de 2) e vendo algumas fotos.
Esse é um resumão da arte na minha vida. Não sou uma pessoa muito indicada para dar dicas de pintura, já que eu não sou uma grande artista, não sou professora, e ainda estou aprendendo. Mas posso tentar passar para vocês o que já aprendi. O meu objetivo aqui, é ajudar vocês a brincarem com as tintas, descobrirem o prazer de pintar, fazer seus próprios quadros, encher suas paredes de amor. Mas se quiser fazer ARTE mesmo, pro mercado e pra história, recomendo estudar a fundo, porque como diria um professor meu da EAV :"arte é coisa de adulto e de quem entende de arte".
Hoje vou falar um pouco dos três materiais que mais uso, depois falo das técnicas, para este post não ficar muito grande.
1) ACRÍLICA
Foi com ela que comecei a pintar no carnaval. É uma tinta barata, à base de água. Para quem está começando a pintar, recomendo usar tinta barata, porque você se sente mais à vontade para experimentar coisas novas, sem aquele sentimento de culpa, de cada pincelada custar os olhos da cara.
Gosto muito das tintas à base de água, que são menos tóxicas, facilitam na hora de limpar, não precisam de solvente. Quando eu fazia curso de gravura, usávamos tinta a óleo. Sujei a minha mão e não conseguia tirar a tinta de jeito nenhum! Enviei meu dedo no aguarrás (não façam isso, jamais!), e a bendita só foi sair umas 2 semanas depois.
Ela é interessante, pois dependendo da quantidade de água, ela pode ter um efeito mais aquarelado ou "plastificado". Falarei mais sobre isso em outro post.
Funciona muito bem tanto em papel de maior gramatura (nada de usar aqueles da sua impressora, pelo amor!) quanto em canvas.
2) AQUARELA
De todos os matearias que estou mostrando aqui hoje, é o que tenho mais dificuldade. Talvez por isso mesmo, são essas tintas que tenho usado mais nos últimos tempos. Quem me segue no instagram (
@casadeamados) deve ter visto minhas últimas pinturas.
Existem aquarelas caras, mas como eu estou aprendendo, é óbvio que uso as mais baratas. A da esquerda é de criança, tem o desenho da Pucca na tampa, rs! Mas quem liga? Depois, resolvi comprar aquarela líquida, a do tubinho, e ver se tinha diferença. Por enquanto, estou tendo mais facilidade de usar a tradicional, mas não vejo muita diferença no resultado final.
Por ser uma tinta à base de água, não faz muita sujeira e é fácil de limpar.
É mais indicada para papel de alta gramatura, mas eu já testei em canvas e deu certo! Então, se quiser experimentar em superfícies diferentes, vá fundo!
3) PASTEL OLEOSO
Como vocês podem ver, comprei uma caixa pequena para experimentar, ela está quase acabando e comprei uma nova, maior.
Olhando assim, o pastel oleoso lembra um pouco o giz de cera, e dependendo de como você usar, o efeito pode ficar bem parecido. Mas por ser oleoso, se forçar, dá para conseguir uma textura mais uniforme, que de longe, parece pintura.
Assim como os dois materiais acima, o pastel oleoso não é caro. Então é super tranquilo comprar para testar, sem doer no bolso.
Ah, e como você pinta sem auxílio do pincel, a sua mão fica imunda. Mas sai bem fácil com água e um pouquinho de sabonete.
Geralmente indicado para papel. Quanto maior a gramatura, melhor será, mas nesse caso rola pegar o da impressora para brincar e ver no que dá. Nunca testei em canvas.
Mais alguém aqui gosta de brincar de pintar? Que materiais vocês usam? Penduram suas pinturas na parede com orgulho?
Em breve volto com a parte 2!