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8 de dezembro de 2014

Xeretando casas alheias : o cantinho de estudo da Marcela



Faz um tempão que não trago um xeretando para cá, né? Mas cá estou eu, tirando poeira dessa coluna, com o cantinho da Marcela. Não é um cômodo inteiro,  muito menos uma casa inteira, mas nem por isso, menos carregado de história, sentimento. Aqui tudo tem um porque.
Eu conheci a Marcela no ambiente de trabalho.Ela é arquivista, eu sou museóloga, e muitas vezes nossos trabalhos se complementam.
 Ela saiu de casa - e da cidade natal -  há alguns anos e divide um apê com outras meninas. Ou seja, ela não tem uma casa para chamar só de sua. Mas, como ela mostra no relato a seguir, é sempre possível ter um canto só seu, com uma decoração só sua, com os seus gostos e histórias.




Para o relato fazer mais sentido, eis algumas observações:

- Um dia, a Marcela me mostrou uma foto do jarrinho com os chips, eu achei tão inspirador e perguntei se ela me mandava a foto para postar no instagram do blog. Isso foi antes dela me contar a história toda.
- IMS = Instituto Moreira Salles.
- A Marcela hoje atua como arquivista, mas também é formada em História.
 

"Ju,
 
quando você me pediu para mandar essa foto do jarrinho para colocar como inspiração no instagram @casadeamados percebi que não só o jarrinho, mas tudo ali é uma lembrança, uma inspiração, um significado.  
A mesa cromada adquiri a uns 4 anos para substituir uma escrivaninha de madeira trazida da casa dos meus pais. Consegui comprar numa promoção ponto vermelho da Tokstok por uns 200,00. Ela já não está tão cromada assim, um dos contras de morar no litoral, mas atende bem as minhas necessidades, ocupa pouco espaço além da mobilidade (sim, ela tem rodinhas!!!!). 
 
Também a uns 4 anos adquiri a mug (que ainda pode ser encontrada no site do IMS), que serve de porta lápis, canetas e outros cacarecos. Por causa do trabalho li boa parte da obra de Rachel de Queiroz (1910-2003).  A caricatura na mug é referente ao “O Quinze”, primeiro livro de Rachel de Queiroz.  
 
O par de bibliocantos em madeira, encontrei nas minhas primeiras andanças em Petrópolis, em 2011. Um achado numa loja de móveis por 10,00 o par se não me engano! Os cactos me remeteram aos quadros Abaporu (1928), Antropofagia (1929) de Tarsila do Amaral. Meu primeiro contato com as obras de Tarsila foi ainda no Ensino Médio nas aulas de Literatura e História do Brasil ...fundamentais na minha formação e nas minhas escolhas profissionais.
 
 
 
 O porta copos, foi um presente seu, é a Audrey Hepburn (divaaa!!!!) e Humphrey Bogart, acho que no filme Sabrina (1954). A rosinha de tecido foi um presente de uma colega de trabalho, o caule é um lápis. Os livros que ficam ali são os lidos recentemente ou na fila de espera para serem lidos e relidos como o “Bordados” da Marjane Satrapi! Mais uma lembrança: descobri essa autora estudando na internet para os testes de francês e virei fã, tenho todos os quadrinhos lançados no Brasil!
 
O jarrinho de vidro reciclado comprei recentemente por uns 4,00 numa dessas lojas gigantes de "a partir de 1,99" onde se encontra toda a sorte de utilidades e inutilidades e não se sai de mãos abanando. Comprei especialmente para colocar essas coisinhas laranjas! O que são e para que serviram? São chips de código do glicosímetro que uso. Cada um codificou em números, num intervalo de 15 a 20 dias, o sobe e desce da minha glicemia nos últimos, e completos em novembro, 7 anos. 
 
Glicosímetro
 
 
 Ali só tem alguns chips, muitos estão espalhados nas gavetas, potes, bolsas, nécessaires...ou se perderam. O que eles significam para mim? O que vejo quando os vejo?  Vejo o registro das reações silenciosas do meu corpo a tudo que senti, ouvi ou vivenciei diariamente nestes 7 anos: alegrias, incertezas, satisfação, tristeza, disciplina, entusiasmo, esforço, prazer....a consciência dos pecados capitais cometidos: ira, gula, preguiça, gula, avareza, gula... muita gula!!!!
 
Não sei precisar qual ali é o primeiro, enviado por correio pelos meus familiares ou qual daqueles ali do meio registrou a hora, dia e mês dos meus sorrisos mais sinceros, meus olhares mais fulminantes, meu pior medo, meu mais intenso prazer, as reações diante das vitórias e decepções... Sei apenas que são testemunhos codificados do inevitável litígio entre a memória, o esquecimento e o tempo que resignificam as lembranças quando não as simplesmente apagam. O que preço pago pelos chips: incomensurável!"
 
 
 O objetivo desse post é mostrar que você não precisa esperar ter uma casa só sua para refletir suas memórias e sua personalidade no seu lar. Pode ser uma cama, uma escrivaninha, mas todo mundo tem algum canto, por menor que seja. Transforme esse canto qualquer num LAR. 
 
 
Do que vocês mais gostaram? Contem pra gente!
 
Quer ver sua casa, seu cantinho por aqui? É só escrever para juliamado@gmail.com
 
 
 
*Todas as fotos deste post são da Marcela. Eu apenas coloquei o título da postagem na primeira foto.
 ** Algumas marcas/ lojas foram citadas, mas este post não é um publieditorial.
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7 comentários :

  1. Achei uma gracinha este porta -livros de mandacaru...

    Beijocas

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  2. Olá Juliana, muito interessante este post, há um mundo de histórias em cima dessa mesinha de estudos. Bem mais do que pode parecer à primeira vista. Bj

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    Respostas
    1. Num é? Eu adorei exatamente isso, esse mundo de histórias. Por isso, o que era para ser apenas uma postagem no instagram, virou uma postagem aqui no blog.

      Beijos

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  3. Olá Jú! Eu amei esse cantinho da Marcela, super organizado e criativo. Eu amei os cactos, principalmente depois de saber que foram baratinhos e tiveram ligação com a escolha de um futuro! hahah. Demais! Adoro itens que contam histórias! Amei

    Beijão!
    Thamyrez.

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    Respostas
    1. A Marcela é super organizada e isso naturalmente, reflete no espaço. Também acho os cactos muito fofos. Itens que contam histórias são demais, né? Deixam a nossa casa com a nossa cara!

      Beijos

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  4. Meu Deus que post lindo!
    Adorei ver que a decor tem um significado por trás e as dicas dos livros, mas confesso, com mãe de um diabético, a histórias por trás dos chips tocou meu coração, ou melhor, o nosso, pois acabei de ler o post para o meu Tonico e desabei. Não de tristeza, mas por perceber a força da Marcela diante da DM.
    Um beijo nas duas.

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